terça-feira, 8 de maio de 2012

Sinais que inspiram


Em continuidade ao post anterior em que abordei o evento Inspiração, da Falzoni & Alves Lima, hoje vou fazer um mix de duas apresentações muito interessantes. Alison Medina, Editora Chefe da DDI  Magazine - Display & Design Ideas, e Manoel Alves Lima da FAL trataram de tendências que inspiram o design e a arquitetura. Alguns destes movimentos já  estão por aí nas lojas mais recentes, outros mostram-se como uma visão que pode adquirir escala ou não. Gosto muito da tradução de que tendência é um sinal fraco de um comportamento futuro. Neste sentido, alguns comportamentos também transformam-se e podem levar a outros movimentos. Seguem alguns sinais:

- Engajamento ativo – significa proporcionar interação entre o consumidor e o produto/marca nas lojas físicas por meio de plataformas tecnológicas. Embora um dos exemplos que Alison utilizou para ilustrar seja o espaço infato-juvenil dentro da loja da American Eagle na Times Square, a iniciativa da C&A de inserir os “likes” do Facebook  nos cabides da sua Coleção dos Dias das Mães, ajudando a fazer escolhas na loja a partir da opinião de várias clientes, é um belo exemplo do que esta tendência significa;

- Espere o inesperado: esta tendência insere novas práticas na experiência de compra o tempo todo. Significa não apenas lançar um novo conceito de loja e abordagem, mas manter-se inquieto transformando-se continuamente. Não é fácil, mas manter-se atrativo na atualidade significa trazer algo novo em um mundo repleto de novidades. Para ilustrar, Alison citou a David Barton Gym, que nasceu em Nova York, mas hoje tem sedes em varias cidades norte-americanas.

A David Barton não se parece com o estereótipo nem de academias, nem de qualquer outra referência, criando um espaço-tempo único e de escape da realidade. Segundo seu proprietário, embora concorrentes tenham copiado alguns detalhes, o modelo não é replicável porque mimetiza-se com o bairro em que está localizado, o que faz com que cada localização possua uma pegada diferente e única (detalhe para a cortina teatral e para a iluminação cênica);
- Caos controlado: “Caos é multiplicidade sem ritmo” (você pode ficar dias pensando sobre esta frase...). Mas pode ser traduzido por repetições de um elemento. Dentro os exemplos, as máquinas de costura Singer nas lojas de vestuário jovem All Saints. Esta repetição cria um ícone, um elemento que transforma-se em embaixador da marca e que substitui vitrines, letreiros ou outros elementos, já que proporcionam reconhecimento. Mas também pode ser utilizado como base de exposição ressaltando o produto ainda mais como na Kirk Originals, loja de óculos, a primeira imagem do post.
- Maltratado & Rústico ou Relíquias Urbanas: esta tendência é bastante visível nas lojas mais recentes. É o uso de materiais rústicos e reciclados, porém que mostram toda a sua imperfeição, deixando ver com clareza que trata-se de um material gasto, usado, bruto (ou vintage) e reutilizado. Um exemplo é o Waterhouse Hotel, em Shanghai. Este movimento está relacionado à uma época de maior restrição econômica, onde é importante preservar recursos já que o futuro mostra-se incerto, mas também reflete a ascensão da questão da sustentabilidade.
- Cata-vento em arco-íris: tendência que expressa que a consciência e a necessidade da cor estão aumentando (talvez porque o mundo esteja mais ameaçador e sombrio do ponto de vista econômico). Como exemplos foram citados o projeto de pintura na comunidade do morro Santa Marta, no Rio de Janeiro, e o Pantone Hotel, mas o que mais ilustra este movimento é o Sugamo Shinkin Bank, em Tokyo. O setor financeiro sempre privilegiou a seriedade do cinza, dos pratas, do P&B. No Brasil, há alguns anos, algumas financeiras inseriram cores em suas marcas e lojas como forma de aproximação e de rompimento com a imagem da categoria, mas um banco colorido é de fato um rompimento expressivo (ainda mais na tradicional comunidade japonesa).
- Diálogo: inserção de espaços ou possibilidades de espaços para que a loja hospede encontros com a comunidade. É uma evolução dos cafés nas lojas, a partir da concepção de lojas mais flexíveis com equipamentos que podem ser embutidos no teto ou no piso para dar lugar a um evento, show ou performances que reúnam a comunidade, como a iniciativa do Dia da Comunidade, no supermercadista Whole Foods.
- Materiais em busca de liberdade: tecidos, madeiras e materiais em geral customizados, criando ambientes líquidos, fluidos e leves em função das novas possibilidades, como concreto flexível, plásticos regenerativos, materiais que permitem criar as impressões que quisermos, que mudam, transformam-se e criam possibilidades únicas.

- Natureza  Interior: a natureza absorvida pelas construções, integrada aos projetos criando espaços como uma segunda pele do meio ambiente, mimetizando-se e sendo difícil definir o fim e o começo, entre ambiente e construção como o hotel na Suécia que oferece quartos “ninho”. Integram também esta tendência a inserção de plantas e árvores em profusão nos ambientes internos, fachadas e tetos de edifícios, utilizados para resfriar e amenizar o concreto.
Alguns destes sinais são contraditórios. Como é o comportamento humano, cheio de  facetas, incertezas, idas e vindas, mudanças e transformação. Não temos que permanecer com o mesmo ponto de vista ou decisão indefinidamente. Mudamos de opinião. Repensamos. Mudamos sempre. Que bom.

FONTE: MUNDODOMARKETING

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