terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A marca e as redes sociais


Ai vai um artigo interessante e muito bem escrito por nossa amiga jornalista com MBA e redatora web, Laís Menini. Para quem gosta de saber sempre mais sobre mídias sociais esse artigo é um prato cheio. Curta!

COMO POSICIONAR A MARCA DE UMA ONG NAS REDES – O CASO MDC-MG


Laís Lima Menini
Estudantes de mídias digitais ouvem o mantra que diz que redes sociais não são moda passageira, e que precisamos considerar não se vamos entrar nelas mas sim como vamos fazer isso. Através das redes sociais é possível fazer amizades, manter contatos, descobrir oportunidades de emprego e, no caso de organizações, estreitar laços com clientes, em uma dimensão que vai além das lojas físicas e dos processos de venda. Grandes companhias já utilizam dessa ferramenta para se relacionar com seu público alvo e clientes em potencial. Muitas formas de relacionamento online surgiram, algumas se firmaram, mas poucas tem significante participação no dia-a-dia das organizações, no sentido de gerar um canal direto em que se permita o conhecimento das marcas e, principalmente, o relacionamento com elas. Esse é o caso do Twitter, rede social criada em 2006, e do Facebook, criado em 2004. Ambas despontam como grandes responsáveis pela integração mundial de informações e dados pessoais. Este artigo visa mostra o caso da recente implementação das redes sociais Facebook e Twitter em uma ONG de Minas Gerais que já atua há 28 anos na defesa do consumidor e é reconhecida nacional e internacionalmente por seu trabalho: o Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais. O CASO MDC-MG No início, eram as trevas: qualquer organização que se desse ao respeito não deixaria que seus funcionários passassem horas preciosas de serviço navegando no Orkut. Sites de relacionamento eram a ruína do universo empresarial, até que fez-se, subitamente, a luz: os clientes procuravam informações através dessas ferramentas, os funcionários davam um jeitinho de usá-las e os empresários começaram a ver alguma relevância nas redes sociais. Um dia alguém resolveu que era possível, além de fazer negócios online, também manter um relacionamento de pré e pós venda em ambientes antes considerados inóspitos. E o resultado é uma série de perfis de Twitter e fanpages no Facebook de empresas que querem fortalecer sua marca e, mais do que nunca, vender. Mas e quando não se tem nada a vender? Esse é o caso do Movimento das Donas de Casa e Consumidores de Minas Gerais. ONG criada em Belo Horizonte a 13 de setembro de 1983 com a bandeira da defesa do consumidor (em um ano em que o Brasil não contava com um Código de Defesa do Consumidor e sequer texto constitucional sobre o assunto), hoje o MDC-MG possui título de Organização da Sociedade Civil de Interesse Público e celebra parceria com o Governo de Minas Gerais. Ainda assim é uma ONG, e tem por obrigação manter seu caráter apartidário e independente. As empresas entendem o papel do consumidor na rede social. O cliente é seu principal stakeholder, aquele que pode fomentar a imagem positiva da empresa ou destruí-la. É a figura capaz de colocar em xeque a verdadeira função das redes sociais para as empresas, incluindo que já têm seu público-alvo praticamente consolidado e fiel (como clubes de futebol, por exemplo). O desafio para o MDC-MG não era, entretanto, identificar essas figuras no meio da multidão – afinal, somos todos consumidores. O desafio era chamar essas pessoas para prestar atenção no trabalho que o Movimento realiza diariamente, de forma gratuita, em Belo Horizonte. O MDC-MG contava, até 2011, apenas com a imprensa e o site institucional para divulgar seus trabalhos, como atendimento jurídico gratuito em relação de consumo, legislação da empregada doméstica, pesquisa de preços, campanhas e palestras educativas. A missão do MDC-MG é educar para o consumo, e apenas duas vias de escoamento das informações para objetivar essa missão se tornaram insuficientes. O objetivo, então, é levar não só a marca MDC-MG, mas também o dia-a-dia dos seus trabalhos para a internet. A ideia de blog foi pensada, mas a correria da sociedade moderna sugeriu à equipe de comunicação que contatos breves e incisivos com seus entusiastas podia ser uma boa saída para divulgação massiva e de baixo custo. As redes sociais Twitter e Facebook foram as alternativas encontradas para esse tipo de trabalho. Atualmente, no perfil @mdcmg e na fanpage www.facebook.com/mdcmgerais é possível fazer parte do dia-a-dia da organização em seus mínimos detalhes. A equipe fomenta as redes sociais com informações das mais impessoais – como um dia de chuva em BH ou a música que a equipe elegeu como a do dia – até informações de extrema ajuda aos consumidores, como o relato de casos que aparecem no atendimento e que, autorizados pelos consumidores que procuram o MDC-MG, param na rede. Quando o MDC-MG coloca uma informação nas suas redes, logo vários outros consumidores se identificam e compartilham aquela informação para seus outros amigos. Outro detalhe importante é que a equipe está pronta para responder a solicitações ou simplesmente ouvir o que o consumidor tem a desabafar quase que em tempo real – item obrigatório na bíblia das empresas que querem estar nas redes sociais. A estrutura organizacional da instituição sempre teve caráter familiar – difícil imaginar outro tipo de relacionamento de quem tem “donas de casa” no nome. Portanto, assumir o papel de “ser mais alguém na rede” ao invés de “ser o mais importante da rede” foi crucial para gerar simpatia em seu público-alvo, sem ter que prometer ou sortear presentes. Dessa forma a entidade constrói sua consolidação nas redes. Com uma curtição ou novo seguidor por dia, o MDC-MG é visto por mais e mais pessoas ao redor do mundo. Não deve demorar para que os perfis estejam abarrotados de consumidores ávidos por novas informações e dicas na educação para o consumo. Entretanto o Movimento, com uma equipe de bons mineiros, não tem pressa: espia, trabalha e se engrandece - e engrandece também a vida de centenas de consumidores que podem estar na correria, mas não perdem o timing do bom senso nas relações de consumo.

DICA: siga no twitter: @lilamenini

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