quinta-feira, 10 de maio de 2012

Você ajudaria a salvar um desconhecido sem ser através das redes sociais?

destaq_army




Pois é. Parece que a publicidade voltou a proporcionar questionamentos e desafios para a sua fiel audiência. Tendo em vista a ótima sensação de “ser humano” que as redes sociais conseguem propiciar através de compartilhamentos de ações humanitárias e similares, a agência DDB Stockholm resolveupensar fora da caixa e provocar uma situação de “risco real” – para os possíveis e corajosos participantes – desenvolvendo uma ação muito interessante para as Forças Armadas da Suécia, bem no centro de Estocolmo. 
O objetivo inicial da ação era obter o maior número possível de candidatos para as disponíveis posições de alistamento nas Forças Armadas da Suécia. Mas, para fugir do lugar-comum, os profissionais apostaram na construção de uma caixa gigante, onde os participantes – para provar sua própria coragem e fé no próximo – acabavam se auto-aprisionando na “cela”, na expectativa/esperança de que alguém, também por conta própria, viesse substitui-lo na situação, trocando seu aprisionamento pela liberdade do próximo.
O que aconteceu com o confinado foi transmitido em tempo real por um outdoor próximo do local da caixa e também nas redes sociais. Com o provocativo apelo “Who cares?” – “Quem se importa?” – a campanha apostou no fator humano da delicada situação ali montada. Afinal, você trocaria sua liberdade pela liberdade de um desconhecido?
Veja o vídeo case da ação:
Os resultados foram totalmente acima do esperado, o que, de fato, chega a surpreender. Afinal, não foi por compartilhamento, like, retweet ou qualquer outro sistema utilizado para quantificar “atitudes” que a “caixa” teve esta alta rotatividade de participantes e, sim, pelo “sacrifício” da liberdade de alguns em prol do confinamento de outros.
Tendo em vista que nos tempos de hoje, onde cada vez mais nos perdemos na superficialidade de importantes questões e nos resumimos apenas como geradores de views, likes e scrolls pela web  sem, de fato, nos dedicarmos em soluções para alguns problemas, eu questiono você – leitor – se conseguiria ter uma atitude como a apresentada acima, de abrir mão da sua liberdade a espera de que alguém tomasse o seu lugar. Chega a parecer estranha tal questão, não é mesmo? Afinal, no Facebook todo mundo “curte o Greenpeace” para demonstrar preocupação, relevância e atitude em relação a sustentabilidade do planeta,  enquanto, na vida real, durante sua liberdade “não-assistida/registrada”, continua a tratar o mundo como um cinzeiro. Será que ainda temos de evoluir o entendimento de que aparências não sustentam e/ou potencializam grandes mudanças? Se queremos – de fato – alterar alguma coisa, eis que a melhor opção é, em sua maioria das vezes, desligar o computador, “levantar do sofá” e se dar ao trabalho de algo, seja “arriscar a sua liberdade” por algumas horas dentro de uma caixa no centro de Estocolmo ou de fato estar presente em uma grande manifestação que você confirmou on-line, não acha?
A pergunta que fica é: você vai além do retweet e do compartilhar para ajudar – de fato – a quem precisa? Ou estes cliques são suficientes pra proporcionar a sensação de “fiz a minha parte, mundo”? 

FONTE: COMUNICADORES

0 comentários:

Postar um comentário

Twitter Facebook