Há poucos mais de uma semana antes da publicação deste post, a organização não governamental Invisible Children publicou um vídeo que até então atraiu mais de 70 milhões de visitas e já é o viral mais rápido da história.
Assista ao vídeo:
As imagens mostram a campanha da ONG, que busca tornar mundialmente notórios os crimes de Joseph Kony, chefe de guerrilha em Uganda. A ideia é sensibilizar pessoas e governantes do mundo inteiro para que mobilizem forças e detenham o guerrilheiro. Segundo o vídeo, Kony é conhecido – ou melhor, pouco conhecido – por suas práticas cruéis, raptando crianças para nunca mais serem devolvidas aos seus lares, torturando-as gravemente. Garotos são mutilados ou mortos quando se recusam a seguir o guerrilheiro, ou transformados em soldados para manter o poder do chefe. Garotas são forçadas a se tornar escravas sexuais.
Há, no entanto, pessoas afirmando que tudo isso não passa de uma grande fraude e que, por trás de toda essa história, há inúmeros interesses, assim como na invasão da Líbia, os movimentos da Al-Qaeda, a invasão do Iraque e vários outros movimentos similares, todos eles em busca de poder e do velho e bom petróleo.
Independentemente da legitimidade ou não da ação proposta por este vídeo, não podemos negar que há milhares de crianças morrendo, e só por este ponto ele já tem o seu valor.
No entanto, o ponto que queremos ressaltar é outro. O vídeo revela uma amostra do poder que a Internet tem demonstrado ao unir e mobilizar pessoas em torno de um assunto, seja ele uma simples piada do dia a dia, seja uma causa política de relevância internacional, como a apresentada no vídeo. E sabemos o quanto é raro, hoje em dia, presenciar um fenômeno social de massa motivado por mobilização em torno de uma causa.
A campanha da Invisible Children já conquistou o governo dos EUA e o endosso do presidente Barack Obama, que enviou forças para deter a ação do chefe de guerrilha. Mas com a reorganização de Kony diante desse novo cenário, há o risco da retirada das forças caso a causa perca a popularidade atingida. A campanha da ONG busca justamente manter essa notoriedade.
A Internet e todo o seu poder de interatividade e de reunir pessoas geograficamente distantes para um grande diálogo coletivo mostram que estamos assistindo a um daqueles raros momentos que marcam nossa história.
Estamos mesmo diante de um novo mundo, um mundo sem fronteiras, onde não apenas a política e os governantes têm poder. Um mundo onde a Internet, o Facebook e todos os meios de comunicação digital formam uma nação, muito maior que o Brasil ou os Estados Unidos ou qualquer país e que, quando corretamente utilizados, realmente tem poder.
Já presenciamos ações de mobilização política na Internet no mundo todo. Algumas culminaram na eleição de presidentes – aliás, o presidente da mais poderosa nação do mundo. Outras, derrubaram ditadores instalados no poder há décadas. Agora, o que vemos não é uma causa nacional. É o princípio de uma mobilização política, empreendida por pessoas comuns de vários países. Ou melhor, de uma só nação, agora virtual, sem governantes nem poder central, onde o poder está nas mãos das pessoas e da coletividade da qual elas fazem parte.
E assistiremos a mais novidades daqui por diante em ritmo acelerado, pois é um mundo todo que se reorganiza em torno dessa nova realidade.
fonte: mol
0 comentários:
Postar um comentário